"...Mas o quociente de dor que a gente sofre já não é chocante o bastante para não precisar de uma amplificação ficcional, que dê às coisas uma intensidade que é efêmera na vida e que por vezes chega a passar despercebida? Não para algumas pessoas.
Para umas poucas, muito poucas, essa amplificação, que brota do nada, insegura, constitui a única confirmação, e a vida não vivida, especulada, traçada no papel impresso, é a vida cujo significado acaba sendo mais importante..." (Philip Roth, Fantasma Sai de Cena).

Tempo


"Quanto tempo uma pessoa pode passar olhando para o mar, mesmo sendo o mar que ela ama desde criança? Quanto tempo ela pode ficar vendo a maré subir e descer sem se lembrar, como se lembraria qualquer um num devaneio à beira-mar, que a vida fora dada a ele, como a todos, de modo aleatório e fortuito, e apenas uma vez, sem nenhum motivo conhecido ou passível de ser conhecido?” (ROTH, Philip. Homem Comum. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 92).

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